quarta-feira, 23 de julho de 2014

AMOR


E estes 4 meses voaram...




E hoje foi dia de vacinas e primeira sopa e primeira fruta... 



E eu continuo um bebé bem disposto, simpático, comilão, sossegado e adorado pelos manos e pelos pais! E tenho a certeza que vou crescer numa família onde o principal não falta: AMOR!!!

sábado, 19 de julho de 2014

Malária


Na semana passada recebi uma notícia triste e que me deixa sempre a pensar na vida... um rapaz da idade do R que veio à procura de uma vida melhor aqui para Angola faleceu com malária cerebral. Tinhamos vários amigos em comum e não nos passa ao lado, antes pelo contrário. Penso na mulher (que eu conhecia, embora não a visse há muitos anos), nos filhos, na família e nos amigos. E não deixo de pensar "e se fosse comigo?"

Claro que podia ter acontecido aqui ou num outro país do mundo, mas não com malária. Porque não existe em todo o lado... porque em Portugal e muitos outros países esta doença já está erradicada... e porque é que África é sempre o parente pobre? Isto enerva-me! E passava-me completamente ao lado quando morava no cantinho à beira mar plantado. Mas agora revolta-me quando penso na quantidade de pessoas que morrem todos os anos (e são milhares) picadas pelos mosquitos. Sabem que é o animal que mata mais pessoas no mundo inteiro?

Infelizmente, e com tantos portugueses a emigrarem para estas paragens, casos como este vão voltar a acontecer e eu rezo para que sejam poucos e reforço a ideia de que todo o cuidado é pouco... com a saúde não se brinca, principalmente por aqui.

Amanhã é o funeral do Helder e apesar de não o conhecer tenho a certeza que está num lugar ótimo a olhar pelos filhos, pela mulher e por todos os que gostavam dele!

Um caso de estudo


O tempo corre e Zé Maria comeu a sua primeira papa na 4ª feira... e adorou... e comeu tudo... e não sujou o babete... para não variar... sai aos manos!



Acho que tenho tido sorte com os britinhos enquanto bebés pois comem sempre lindamente e não rejeitam nada. E admiro aquelas mães com filhos "maus para comer" que têm paciência infinita para eles... inventam histórias, comem à janela, a ver desenhos animados e sei lá mais o quê! Os meus à medida que crescem é que começam a ficar mais esquisitos, mas não me posso queixar muito. Não são de comer grandes quantidades mas são boas bocas! Saem ao paizinho!!!


Entretanto deixo-vos um caso de estudo:
Sempre achei que ía dar de mamar aos meus filhos até aos 6 meses (no mínimo!) mas nunca consegui. O meu record ficou-se pelo mês e meio e as razões foram ou porque o peito gretava e corriam-me as lágrimas pela cara a dar de mamar (e eu acabava por desistir,,,) ou porque os bebés não engordavam o mínimo aconselhado pelos pediatras (foi o caso da Margarida e da Carlota). Desta vez, com o ZM, o peito nunca gretou e ele tem engordado os mínimos! Será os ares de África? Será a falta de stress? Será Deus a fazer-me a vontade, já que eu queria tanto dar de mamar até mais tarde? Será que o ZM sabe quanto custa uma lata de leite por estas bandas e quer ajudar a poupar?
Seja o que for, estes tempos têm sido ótimos (e poupadinhos!) e revelam que a esperança é a última a morrer, nem que seja ao 8º filho!

Caso queiram saber o porquê da papa pouco antes dos 4 meses deve-se à virose que se instalou cá por casa. No caso do ZM deu-lhe vómitos e diarreia, o que fez com que os refegos das pernocas desaparecessem... e eu adoro uma bela perna gorda de bebé... e prontos... toma lá uma papa! E em 3 dias apenas voltei a ter o meu "godo mai lindo da mãe"!!!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Conduzir em Luanda


Tudo o que vos possa dizer sobre conduzir em Luanda vai sempre ficar longe da realidade... muito longe!
Aqui é um salve-se quem puder... 
... se formos tótós e deixarmos passar todos os que vêm da direita então não saímos do lugar e isso é normal! 
... se não metermos o nariz do carro para entrarmos numa estrada também ninguém nos vai deixar passar, mas é super normal! 
... se uma estrada de 2 faixas (uma para cada lado) se transformar numa estrada com 4 ou 5 faixas, isso é normal! 
... se, de repente, aparecerem motas da esquerda, da direita, por trás, em contramão e em cima dos passeios (que mais parecem moscas de volta da pi.........), isso também é normal!
... se demorares 2 horas para fazeres meia dúzia de km e não vires nenhum acidente nem nada que o justifique, isso é mais que normal!
... se a estrada onde vais tem mais buracos do que alcatrão liso e quando chove o teu carro desaparece para dentro de um desses buracos profundos e ninguém tem a culpa, isso é normalíssimo!
...se a cada 500 m que andas há um polícia a fazer uma operação stop e a ocupar uma das faixas, isso volta a ser normal!
... se vires acidentes daqueles que só aparecem nos vídeos para rir (ou chorar!), isso é infelizmente normal!


,,,e foi o que aconteceu ontem na rua onde moramos... um camião sem travões deu cabo de 16 carros... só 16...






Aqui o último carro a ser rebocado


Claro que, de início, achei que nunca iria conduzir por aqui, embora em Portugal conduzisse para todo o lado. Mas em poucos dias me habituei à confusão...
Engraçado foi voltar a Lisboa e achar tudo tão certinho e direitinho no trânsito!

Para terminar, descobri em Luanda as maravilhas que são os carros de mudanças automáticas... adoro! (Aqui não podia ser de outra maneira... ficávamos com cãibras nos pés e pernas de tanto pára-arranca!)




Agora não tem nada a ver com o assunto acima... os Britos em Angola têm uma página no facebook chamada "Britos em Angola" onde partilho todos os posts do blog mas onde, por vezes, posto alguma foto gira ou partilho alguma coisa que acho pertinente. Vão lá pôr um gosto!

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Colo de mãe


Adoooooooooooro estes momentos só tu e eu... o tempo pára e deixo de ouvir o que me rodeia... oiço-te respirar e cheiro-te... e como cheiras bem! E penso como era bom que coubesses para sempre assim no meu colo... e que fosses sempre pequenino... e que nunca nada de mal te pudesse acontecer pois eu estaria cá sempre para ti...

Mas sabes? Por este colo já passaram muitos bebés... que cheiravam tão bem como tu... e aninhavam-se assim no meu peito... e o tempo parava naqueles instantes... mas os bebés cresceram e estão cada vez mais independentes... e são agora miúdos e miúdas giras que riem e choram e eu, por mais que queira, não consigo estar sempre para os proteger das coisas menos boas da vida... mas ainda bem porque assim eles vão aprender a ser uns verdadeiros homens e mulheres!

E sabes que mais? Por mais que tu cresças e que o meu colo se torne pequeno, vou estar cá sempre para ti... e para os manos... porque mãe é assim... sempre!


Entre mãe e filha


Uma destas noites, depois de deitar as mais novas, a Bia no alto dos seus 12 anos, veio conversar comigo:
- Mãe, quando estivermos em Portugal podemos fazer uma tarde só de mãe e filha?
- Claro! O que é que te apetece fazer nesse dia?
- Bom, o pai podia dar-nos 500 euros e íamos a um spa, ao cabeleireiro, pintar as unhas, almoçar no chinês porque tenho saudades daquela comida e, no final, [Bia de olhos bem arregalados] COMPRAS !!!

É tão bom sonhar!
[Sim, confesso que também tenho sonhos destes! Mas com 5 filhas a 500 euros cada uma é melhor sair-me o angomilhões!!!]




A selfie do tal dia!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Avisem lá os senhores!


Alguém pode dizer aos senhores do Consulado de Angola em Lisboa que é melhor despacharem-se a dar o visto de trabalho ao R? Podem também dizer-lhes que nós já não podemos estar sem ele tantos dias? E também que os rapazes ficaram sem companhia para jogar futebol e playstation? E que as meninas têm muitas, muitas, muitas, muitas saudades do papá? E que o Zé Maria não pára de crescer e a cada dia que passa ri e conversa mais? E que quem os leva agora à escola é o motorista, mas eles preferiam que fosse o pai? E que eu tenho saudades de falar com um adulto à noite? E  saudades de uns beijos bons? E de ter ajuda com os banhos e com os jantares? E ajuda a pôr a chucha à noite?

Muito obrigada!


Eternos insatisfeitos


Hoje acordei com saudades... de dar aulas! 
Saudades da escola, das turmas, da relação que sempre tive com os alunos, da sala dos professores e do convívio que lá se vivia, da confusão do toque da entrada, do desafio que era lecionar as Ciências Físico-Químicas, de transmitir conhecimento, das aulas no laboratório, dos testes e da sua correcção, de escrever no quadro, das aulas em power-point, das reuniões de grupo e departamento, das reuniões de pais, das conversas que tinha com alguns alunos (mais as meninas!) depois do toque da saída sobre o ter tantos filhos, das visitas de estudo e tantas outras coisas...

Nos últimos dois anos em que dei aulas, pensei muitas vezes em passar a ser mãe a 100%, pois às vezes sentia que não dava conta do recado. Quando viemos para Luanda decidimos que ficaria em casa para apoiar os miúdos nesta nova fase e assim tem sido. Pelos vistos falta-me qualquer coisa... somos uns eternos insatisfeitos!
Claro que o melhor seria conseguir fazer as duas coisas... e bem feitas! Metade do dia a trabalhar e a outra metade dedicada aos filhos. Bom, mas para isso tinha que me mudar para um daqueles países do norte da Europa!

E por hoje é tudo! Vou dar de mamar ao ZM!

terça-feira, 1 de julho de 2014

Dias ainda mais difíceis


Claro que não me passou ao lado. Antes pelo contrário. Esta mãe de oito filhos não imagina nem quer imaginar a dor de perder um filho. Seja ele filho único ou não. Porque um filho é insubstituível. 

Acho que a única coisa que talvez me fizesse continuar a respirar e a acordar todos os dias é o fato de acreditar. Em Deus! E com isso ter percebido que os filhos não são nossos, são de Deus... e Ele lá sabe a história que quer fazer com eles e connosco... e porque nos dá e porque nos tira!

Um abraço apertado à mãe Judite e a todas as outras que já passaram pelo mesmo.


Dias difíceis


Estar longe da família nem sempre é fácil... é verdade que nos dias de hoje e com tanta tecnologia as coisas estão mais facilitadas, mas os beijos e os abraços são melhores ao vivo e a cores!!!
Este mês que hoje acaba não tem sido fácil... e, pela primeira vez, desde que estou em Luanda senti-me com o coração bem apertadinho... minúsculo! Isto porque no início do mês a minha mãe ficou internada no Hospital de Santa Maria e só ao fim de muitos dias descobriram o que se tinha passado. Felizmente melhorou e na véspera de ela ter alta, o meu pai ficou internado nos Lusíadas com uma infeção urinária. Que dias complicados estes...

Hoje estou mais calma pois a minha mãe melhorou bastante e, embora continue internado, o meu pai está bem melhor e quase a ir para casa. Claro que todos os dias falo com ambos e até os vejo pelo skype mas tive tanta vontade de apanhar o primeiro avião para Lisboa. E vocês perguntam "porque não foste?". E eu digo-vos que estou aqui em Luanda há 3 semanas sozinha com os miúdos pois o pai R está em Portugal a tratar do visto de trabalho. Ou seja, nem ele pode entrar no país nem eu posso deixar os miúdos aqui sozinhos. Esta história dos vistos deixa qualquer um de cabelos em pé!
Só quem passa pelas situações é que pode dar o verdadeiro valor às coisas! Vida de emigrante não é um mar de rosas... principalmente num país onde precisamos de visto para entrar. Na próxima encarnação emigro para um país da Europa! Talvez seja mais fácil!

Claro que nesta altura não pude deixar de agradecer o fato de os meus pais terem-me dado um irmão. Bem pensado! Se um não pode, está lá o outro! E este irmão tem uma grande qualidade (talvez a sua maior): o coração do tamanho do mundo! Sempre disponível, desdobrou-se e andou dois dias entre os dois hospitais e agora entre duas casas e o hospital e o supermercado e os recados e o filho e a namorada e o trabalho... até eu fiquei cansada! Obrigado T por estares sempre aí para eles! Eu não faria melhor!
Nestas alturas os amigos e restante família também são muito importantes! E foram muitos que, mesmo à distância, me confortaram com muitas mensagens e com visitas aos meus pais. Um beijo enorme para todos!

E assim, a vida continua e amanhã entramos no mês de Julho e já falta tão pouco até ao Natal! Pensamento positivo!!!