sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Hoje é o nosso dia!


São quase duas da manhã, todos dormem e eu sentei-me na secretária e liguei o computador para fazer umas coisas da escola. De repente apareceu a data de hoje em letras bem grandes: 25 de setembro.

Hoje é o nosso dia!

Saí daqui e fui procurar uma fotografia diferente daquele dia do ano de 1999... e de repente dou de caras com o nosso albúm da lua-de-mel... não consegui esconder um sorriso ao lembrar aqueles dias que também foram só nossos... e que nunca o vão deixar de ser!

Lembras-te?
De chegar a Miami e sentir aquele calor e aquela humidade extrema? Daquele quarto no 16º andar com uma vista linda para as praias e uma decoração mais pirosa impossível? Do que eu chorei naquele dia na praia em que tu perdeste a aliança? Do passeio de limusine e da seca que apanhámos quando nos quiseram vender o time-sharing? Da excitação que foi na entrada para o cruzeiro da Carnival? Das pizzas 24 horas por dia? Daquele mar transparente e tão azul? De como Key West é bonito? Dos espetáculos a bordo? Da nossa mini-cabine e dos bonecos que os empregados faziam com as toalhas? Do que chovia quando chegámos a Cozumel? Do jantar de gala e de como íamos vestidos? Do regresso a Miami e da partida para NY? De China Town? Das Torres Gémeas e do nevoeiro desse dia? Das compras nos armazéns da Tommy? Das casas enfeitadas para o Halloween? Das 18 horas de carro até à Walt Disney World? Da torre do terror e dos gritos que demos? Das paradas à noite e do fogo de artifício? Do quanto nos divertimos e prometemos voltar? Do restaurante onde fazíamos de crianças, ralhavam connosco e obrigavam-nos a comer legumes? Do regresso a casa, cheios de sonhos e (nem nós sabíamos) com o Bernardo na minha barriga?

































Valeu ou não ter vendido o carro? Estes dias serão sempre só nossos... os outros dias que vieram depois são nossos, dos Britinhos todos e do resto da família e dos amigos! E a história continua cheia de surpresas, mas com tanto AMOR por ti, tanto, tanto , tanto... que até as lágrimas rolam neste dia que não estás aqui para me tocar... 

(Eu sei que vens para a semana, mas custa tanto esta saudade...)

Dia Feliz, amor!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

De regresso a Portugal

 
Quando chegámos a Portugal, depois de uns maravilhosos dias de férias no Dubai, a minha primeira preocupação foi conseguir escola para os cinco mais velhos. Todos estão na escolaridade obrigatória e nem me passava pela cabeça ficar com eles em casa até o início do próximo ano letivo. Assim, desloquei-me a duas escolas, mas como estávamos em período de férias de Natal, tive que esperar pelo primeiro dia de aulas.
 
As minhas principais preocupações eram conseguir vagas para eles no mínimo de escolas possível, ou seja, juntar os 3 mais velhos na mesma escola (9º, 8º e 6º anos) e as 2 mais novas (1º e 3º anos) também na mesma escola. Isto porque eu sou só uma e não consigo estar em muitos sítios ao mesmo tempo! Felizmente consegui porque no agrupamento onde procurei havia uma vaga em cada uma das turmas. Pelo que me disseram, caso não existisse vaga era eu que tinha que correr as escolas até encontrar. Em último caso é que me deslocaria aos serviços do Ministério da Educação.
 
Relativamente a equivalências, eles foram todos colocados nos anos para os quais tiveram aprovação em Dezembro em Angola. Assim, e como o calendário é diferente (o ensino angolano começa o ano letivo em Fevereiro e o português em Setembro), eles entraram aqui no início do 2º período, isto é, com um período de atraso.
 
Entretanto, e assim que soube as turmas e escolas onde eles ficaram apressei-me a falar com as Diretoras de Turma e professoras primárias das mais novas. Contei-lhes a nossa história e elas foram super prestáveis para os integrar e ajudar no que fosse preciso.
 
Assim, a 10 de Janeiro tivémos o regresso às aulas dos Britinhos! E correu lindamente pois quase todos conheciam alguém na turma ou na escola! Todos se integraram lindamente nas respetivas turmas... alguns até bem demais!
 
Relativamente aos conteúdos escolares é que nem tudo tem sido fácil... antes pelo contrário!
Os casos mais complexos são claro os dos 2 mais velhos. Para além de entrarem com um período de atraso, agora constatamos grandes diferenças entre o ensino português e o angolano. Aqui em Portugal os programas  são muito extensos e assim, eles no colégio em Luanda não deram vários conteúdos, e então as principais dificuldades têm sido nas disciplinas de Português, Matemática, Ciências e nas línguas Inglês e Francês. No que respeita às línguas estrangeiras, a diferença é mais que muita. No ensino angolano só tinham inglês e era muito básico. A segunda língua lá é inexistente. Entretanto, surgiu agora a hipótese do Bernardo que está no 9º ano anular o Francês e iniciar uma 2ª língua apenas no 10º ano.
O outro caso que também não está a ser tão fácil é o da Francisca que entrou para uma turma de 1º ano com o tal período de atraso. A professora tem sido uma querida mas também não é fácil pois tem que avançar na matéria.
 
Quando decidimos voltar eu tinha perfeita noção que este ano seria um ano de readaptação e conversámos todos sobre isso. Assim, o que pedi a todos foi que se esforçassem e não baixassem os braços. Que mais importante do que um ano perdido foi sempre, sem dúvida, a experiência de vida que tiveram em terras angolanas e isso já ninguém lhes tira!
 
E, por aqui nem tudo são rosas, há dias em que estão mais desanimados e outros em que um resultado melhor num teste ou uma palavra os anima, assim como eu também tenho os meus dias... mas como somos família estamos sempre cá uns para os outros!
 
E no final do ano letivo, cá estou eu e o pai para os apoiar!
 
 
 
PS: Um muito obrigado a todos os amigos e família que também têm estado presentes neste nosso regresso!
 
 


domingo, 19 de abril de 2015

Bebé ía


Ele veio roubar-lhe o colinho da mãe e ela no primeiro mês não achou muita graça...
Depois ela convenceu-se que ele fazia mesmo parte da casa e da família. Estava lá todos os dias, dormia numa cama nova, chorava algumas vezes e todos corriam para o calar e dar mimos, bebia leitinho da maminha da mãe a toda a hora (e ela uma vez até pediu para experimentar, mas depois não teve coragem!), enquanto ele dormia ela voltava a ter todas as atenções para ela, tanto dos pais como dos manos, na hora do banho ela ajudava sempre e podia esfregá-lo com gel de banho, ele até lhe emprestava os novos brinquedos para ela brincar... afinal, não era assim tão mau ter este "bebé ía" em casa!
O tempo passou, e ele passou a interagir mais com os manos e com ela. E assim tinha mais graça! Ela dava-lhe beijinhos e alguns apertões de amor. Ele, às vezes, chorava com tanto "carinho", mas ela apressava-se a dizer "cupa, bebé ía" e ele desculpava-a mesmo.
Agora são muito cúmplices e adoram-se pois enquanto os manos estão todos na escola, eles ficam em casa com a mãe e brincam e brincam e brincam... e até já aprenderam a dividir o colinho da mãe sem choradeira!
 
Entretanto, o bebé ía foi promovido a Zé Maria e não só...
Há uns dias fomos passear e uma senhora meteu-se com ela:
- Que menina tão gira! Como te chamas?
- Carlota cambalhota!
- E o teu mano ali no carrinho?
- Zé bolas!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Era hoje...


Era hoje... a esta hora estaríamos dentro do voo da Emirates com destino ao Dubai e amanhã à tarde chegaríamos a Luanda... não consigo deixar passar esta data em branco.
 
Sim, é verdade! O bichinho que fica a quem conhece África ficou por cá... já sinto saudades do clima, das pessoas e de outras coisas... mas não faltarão oportunidades de lá ir fazer uma visita! Há que pensar positivo!!!
 
Tenho recebido várias mensagens a questionarem-me sobre o porquê desta decisão de voltar... desculpem por não ter respondido mas queria escrever algumas palavras aqui sobre tal.
Começo por dizer que foi uma decisão pensada, mas muito difícil de tomar. Se foi a certa? A melhor? Não sabemos! Foi a que a vida permitiu na altura e dadas as condições que tínhamos.
 
Assim, aqui ficam algumas das razões porque voltámos:
- Saudades da família (o desejo de que os meus filhos aproveitem os avós e, eu e o R, os pais.)
- Saúde (nunca tive seguro de saúde para os miúdos e era um assunto que me preocupava bastante. Por um lado tinham-se acabado os narizes ranhosos e as bronquiolites, mas por outro lado uma febre deixava-me sempre alerta com receio do paludismo e outras coisas complicadas e típicas de Angola.) 
- Educação (quando cheguei não consegui vaga na Escola Portuguesa de Luanda e como tinha 4 filhos em idade escolar, decidimos inscrevê-los no ensino angolano. Isto porque todos os colégios com ensino português são muito caros e no meu caso era incomportável. Entretanto fui-me apercebendo das lacunas do ensino angolano relativamente ao português e, principalmente, no caso dos meus filhos mais velhos, eles estavam cada vez mais atrasados e isso também me preocupava. Quero salientar, no entanto, que existem vários aspetos no ensino angolano que eu adorei! O respeito pelos professores foi um deles!)
- A burocracia dos vistos era de deixar qualquer um de cabelos em pé e de bolso vazio (imaginem vezes 10 e uma vez por ano!)
- A viagem que fazíamos a Portugal uma vez por ano dá para o pai Rui vir visitar-nos mais vezes, nem que seja por um fim-de-semana e quase uma vez por mês.
 
Estas são as nossas razões e que, neste momento, pesaram mais do que estarmos todos juntos, mas também só nós sabemos o quanto custa a família estar afastada. A esperança de um dia estarmos novamente juntos (aqui em Portugal, em Angola ou em qualquer outro lugar do mundo!) é o que nos ajuda a acordar todos os dias com um sorriso e nos dá força para continuar em frente... sempre!
 
Sei que alguns que nos seguem contam juntar-se à família em Angola (não desistam!)... outros ainda estão a pensar o que fazer... alguns já se juntaram... e outros não têm alternativa a não ser estarem separados... cada caso é um caso e cada família é única... e desculpem dizer-vos mas não se podem comparar com esta, pois aqui tudo é a multiplicar por oito, quer as alegrias quer as tristezas, quer as preocupações... e emigrar com esta malta toda (conhecem alguém?) não foi fácil mas foi e será sempre a mais rica experiência da nossa vida... até agora!!!
Por isso, não desistam nunca... nós continuamos a lutar pelo nosso lema:
 
"As famílias têm que estar juntas!"


 

Aqui fomos muuuuito felizes!

 

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ano novo, vida nova!


Mais de um mês depois do último post estou de volta... temos andado mais pelo facebook (basta procurar Britos em Angola) e lá tenho publicado algumas fotos das nossas férias, do Natal e deste tempo em Portugal.  No entanto, hoje não podia deixar de passar por aqui... porque no último dia do ano temos sempre a tentação de fazer balanços, criar objetivos e sonhar com algo diferente para o novo ano... mesmo que depois a vida nos troque as voltas! Mas de outra forma também não tinha graça!
 
Claro que para os Britos este não foi um ano fácil, mas foi vivido com intensidade. Algumas tristezas e contratempos, mas acima de tudo a graça enorme que foi o nascimento do Zé Maria! E o crescimento de cada um dos outros Britinhos!
E foram tantas as coisas que aconteceram este ano que era difícil enumerá-las, mas o que fica é este projeto de família que não pára de crescer e que nos dá noites sem dormir em proporção muito menor aos sorrisos e alegrias. Estas sim, se as colocássemos em notação científica tinham um expoente bem elevado!!! (Estou mesmo a precisar de voltar a dar aulas!)
 
E neste ano que chega começa uma nova etapa na nossa vida: o regresso de novo a Portugal! Uma decisão difícil e muito pensada... que um dia saberemos se foi a mais acertada...
Assim, a família vai ficar dividida entre Luanda e Oeiras, uma vez que o pai Rui vai continuar a trabalhar em Angola. Apesar de distância nunca estivemos tão unidos como agora... e fica sempre uma porta aberta para um futuro todos juntos!
 
Para 2015 os meus desejos são acima de tudo dirigidos aos meus... meus filhos, meu mais que tudo, meus pais, meu irmão, meus sobrinhos, meus restantes familiares e meus amigos... muita saúde, muitos sonhos concretizados e tudo de bom!
 
E a todos os que seguem o blog (que também são amigos, claro!) em Portugal e em Angola desejo um ano cheio de coisas boas com tudo a que têm direito e muito mais! E acima de tudo com a consciência de que todas as decisões que tomaram e ainda vão tomar são sempre na estrada da felicidade... estrada esta que tem muitos buracos... mas que nos leva ao nosso destino... sempre!
 
Um beijo do tamanho do mundo para todos dos Britos e Britinhos!!!
 
 
P.S. Um pedido de desculpas a todos os que me enviaram mensagens e eu, por alguma razão, não respondi ou respondi muito tarde... o meu dia devia ter mais horas! Prometo ter mais tempo para vocês... mas não sei se vou conseguir cumprir :)))
 
O blog vai continuar agora com os dias de uma mãe de 8 filhos com o pai no outro hemisfério e com tudo o que isso implica... vai ser melhor que novela mexicana!!!
 
 
 
 
 
Aqui ficam algumas fotos do melhor do nosso 2014...