quinta-feira, 6 de junho de 2013
Conversas com a Margarida
A Margarida está a passar aquela fase que eu particularmente gosto e acho um piadão! Dois anos feitos em Outubro e uma miúda absolutamente normal (ou não!).
Quando chegámos a Angola ela dizia muitas palavras, mas não fazia muitas frases. Deixou de ir à escola e, só tem a amiga Maria para brincar aos fins de semana. Durante os dias brinca principalmente com a Francisca e com a Carlota. Quando os manos vêm da escola brinca com todos sem preferências em especial.
Misturando e baralhando, aqui ficam alguns diálogos que fui tendo com ela em dias diferentes (e que fui escrevendo num papel para não me esquecer!):
- Mãe, quero água!
- Queres água fresca ou natural?
- Quero uma água muito gira!
- Margarida, vou dar banho à Carlota e depois a ti.
Ela desatou a chorar, pegou no telemóvel do Rui e começou a falar:
- Senhô polícia, a mãe deu banho à Calota e não deu a Magalida!
Cátia, uma das empregadas, terminou o dia de trabalho, trocou de roupa, penteou-se na casa de banho e veio ao quarto dizer até amanhã. A Margarida estava comigo.
- Até amanhã, D. Marta.
- Até amanhã, Cátia.
A Margarida olhou-a de alto a baixo e disse:
- Tens um pintiado... tens um vestido... sua malandra!!!
Margarida empurrava um carrinho de bonecas onde tinha um nenuco menino. Cruzou-se com a Cátia que lhe disse:
- Olá! A tua Maria é muito gira!
- Não! Não é uma Malia! É um rapaz! Não vês que tem pila?
Quando os manos a chateiam e começam com conversas parvas, a Margarida chama-os de cócó, xixi, diarreia (sempre por esta ordem!). Certo dia, íamos sair de casa e eu estava a acabar de estender uma roupa e disse-lhe:
- Vai dizer ao pai para ir andando para o carro, senão fica cá.
Ela deu um passo e olhou para trás e perguntou-me:
- Posso chamá-lo cócó?
- Não...
Ela deu mais um passo.
- Posso chamá-lo xixi?
- Não...
Ela voltou a dar outro passo.
- Posso chamá-lo diarreia?
- Não...
E, depois disto, lá foi chamá-lo para irmos embora.
Margarida comia um pacote de batatas fritas no carro. Entretanto, eu pus a mão dentro do pacote e tirei algumas batatas para dar à Francisca. Ela ficou furiosa e disse-me:
- Não podes tirar batatas, sua... sua...sua...
Eu olhei para ela, abri-lhe os olhos (nem sei o que é que poderia sair dali!) e ela continuou:
- Sua mãe!
Francisca falava e cantarolava sozinha. A Margarida queria dizer-lhe alguma coisa:
- Francisca! - chamava a Margarida.
E ela nada.
- Francisca! - a Margarida elevava o tom de voz.
A outra nada.
- Francisca! - gritava a Margarida.
A Francisca continuava na palhaçada a cantar e, a certa altura, a Margarida passou-se:
- Francisca! Só tenho uma palavra para ti: CAAAAAAAALA-TE!!!
E assim, os meus músculos da barriga vão ficando doridos de tanto me rir! Esta miúda é uma animação!!!
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O que eu mais gosto nos seus posts sobre alguma criança é que transparece um amor enorme por ela, como se se tratasse de um filho único! Maravilhoso de ler (e, muitas vezes, divertido!).
ResponderEliminarÉ mesmo verdade! Quando estava em Portugal fazia algumas vezes o dia do filho único! Era uma delícia!
ResponderEliminarMais uma resposta que perdi (até hoje), por me ter esquecido de subscrever os comentários...
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