terça-feira, 26 de março de 2013

Isto é que é vida!



Não posso deixar de partilhar convosco alguns episódios divertidos que nos acontecem!
 
Este teve como protagonista principal a minha "rica" filha Maria Francisca. É uma miúda de
4 anos, chuchodependente e fraldodependente! Faz umas birras q.b. e adora uns mimos da mamã e principalmente, nesta fase, do seu querido e amado papá!
 
No entanto, quando está bem disposta é super divertida. Gosta de dançar as músicas das séries do Disney Chanel, gosta de andar de patins em linha, gosta de andar de bicicleta, gosta de brincar com as manas, gosta de berrar ao ouvido da Carlota e chamar-lhe Calelota, gosta de nadar na praia com braçadeiras, gosta de andar atrás de umas lagartixas pequeninas que descobriu no chão da cozinha (sim, estamos em África!), gosta de fazer festas ao Agostinho Neto (um gato que apareceu por aqui), gosta de trepar um ferro com uns cinco metros de altura que está no parque infantil da baía e tocar o sino quando chega lá acima (só me faz lembrar os elefantes do jardim zoológico a quem se dava uma moeda e tocavam o sino!), gosta de gomas, chupas, rebuçados e derivados, enfim... a Francisca gosta mesmo é de ser CRIANÇA !
 
Voltamos então ao episódio engraçado. Estávamos todos na praia da Ilha de Luanda com as amigas Rita e Susana. A Francisca deitou-se, com os braços cruzados atrás da cabeça, em cima do colchão de praia ao lado da Rita e à beira mar. Enquanto as ondas íam e vinham, disse-lhe:
- "Isto é que é vida! Não vou à escola, vejo desenhos animados quando me apetece e ainda venho à praia!"
 
Simples! Nós adultos é que complicamos...
 
 



 

Carlota Cambalhota!


Hoje vou falar-vos do elemento mais novo da família: a Maria Carlota!

Sendo sétima filha achou que deveria ser diferente dos irmãos logo à nascença: não queria vir de parto normal, mas sim de cesariana! Por um lado até dava jeito pois o pai estava a trabalhar em Angola e assim poderia marcar a viagem para dois dias antes da data marcada pelo Dr. Brito Palma. Mas a mãe Marta não estava a achar muita graça à história da cesariana pois todos os outros filhos tinham nascido de parto normal e tinha corrido sempre tudo bem. Mas enfim... a placenta prévia obrigou à marcação da cesariana para dia 9 de Maio no Hospital dos Lusíadas. O pai chegaria a 7 de Maio e iria assistir a tudo... ou não!!!
 
Dia 23 de Abril, tive uma perda de sangue, falei com o obstetra e ele mandou-me ir ver o que se passava ao Hospital S. Francisco Xavier pois eu ainda estava de 35 semanas e alguns dias. Como era de noite e tinha todos os miúdos a dormir liguei à tia Sandra e à amiga Raquel. Esta última ficou com eles em casa e a Sandra foi comigo ao Hospital.
 
Chegámos e depois de observada pela médica resolveram que deveria ficar internada para ver se aguentava mais uns dias e a bébé nasceria maior. Vi a minha vida a andar para trás! Com seis filhos em casa e eu de repouso no hospital...
Dei a notícia à Sandra e como já estava a amanhecer ela resolveu ir para casa e voltar mais tarde.
 
Entretanto, e depois de examinada novamente acharam que afinal e bébé iria nascer naquela manhã e de cesariana. Só teria de esperar um pouco porque estava outra mãe à minha frente também para cesariana. Tirou senha antes de mim!!
Fiquei numa sala a aguardar e a rezar para que me dessem epidural o mais rápido possível (pois já estava cheia de contrações) e para que a outra mãe se despachasse!
Bom, como a outra mãe não se despachou rápidamente, resolveram dar-me epidural. Mas os minutos passaram e as dores não. Até que a enfermeira resolveu ver a dilatação que eu tinha. De repente ouvi: "dez dedos de dilatação! A bébé vai nascer!"
E  assim foi... a Carlota surpreendeu-nos a todos e nasceu de parto normal às 35 semanas e com 2,750 kg. Nem precisou de incubadora! Foi tão rápida que quando a tia Sandra voltou ao Hospital e lhe disseram que já tinha nascido, e de parto normal, ela achou que a senhora da receção estava enganada! Depois quem quase caíu para o lado foi o pai Rui que recebeu a notícia pelo telefone!

E depressa passaram 9 meses e chegou o dia de mudar de país...
Os cuidados com ela foram muito idênticos aos dos manos. Levou as vacinas que podia levar (a da febre tifóide só pode tomar com 2 anos) e adiantou algumas do plano nacional de vacinação. Quando voltarmos de férias a Portugal vai tomar as da idade dela, Nada de especial... apenas umas picadelas e um choro que passou logo com umas gotas do líquido cor-de-rosa e um colinho da mãe!

Depois das peripécias da viagem que já contei no outro post, a Carlota esteve rabujenta os 3 primeiros dias. Comia pouco, dormia fora de horas, chorava... foi a sua fase de adaptação. Até que de repente percebeu que isto era para durar e mais valia entrar na rotina e dar descanço aos pais!
Verdade seja dita que as diferenças foram muitas, ainda mais para uma bébé! Mudou de casa, de quarto. de cama, de clima e de alimentação... só???

Pois é... esta parte da alimentação é engraçada. A Carlota já comia sopa, fruta, iogurtes, pápas e ao pequeno almoço bebia cereais lácteos. Não era esquisita! Gostava de tudo o que lhe dávamos... eu e as suas amigas do Botãozinho ( a Paula, a Xana, a Mila e a Filipa)!
Aqui as coisas mudaram um bocadinho... vejamos: os cereais lácteos custam cerca de 4 euros (2 pacotes) e, nem sempre se encontram, os boiões de fruta (embalagem de 4) chegam a custar 7 euros e 4 iogurtes de bébé custam cerca de 10 euros. Não há orçamento que aguente!!
Assim, acabaram-se os cereais lácteos e os boiões de fruta. A Carlota voltou a beber leite da lata e a fruta é mesmo fruta! Quanto aos iogurtes descobrimos uns da Mimosa que não precisam de frio e que são bons e bem mais baratos (não se vendem em Portugal) e que ela gosta. A sopa é igual à que eu fazia, mas a água que lhe deito é da garrafa. As pápas também são feitas com água de garrafa.
Resultado: a Carlota engordou!!! Está uma cara de bolacha Maria! Redonda e de se comer!!!

Falta dizer-vos que, agora com 11 meses, já gatinha por todo o lado e põe-se em pé sozinha. Fala pelos cotovelos, mas não se percebe nada! Entretem-se a brincar no castelo das princesas. Adora ir à praia comer areia e molhar os pés. Gosta dos passeios ao final da tarde na Baía de Luanda. Dorme umas grandes sestas. Está sempre a rir e diverte-se imenso com as macacadas dos irmãos e do pai! E até já tem uma costela africana: adora dançar!!!
Aqui ficam alguns momentos...
 


 
 







sexta-feira, 8 de março de 2013

Sustos em Angola



O que eu mais temia quando vim para cá aconteceu 15 dias depois.
Numa noite de sábado para domingo a Margarida acordou cheia de febre. Quando eu digo cheia, não é bem cheia. Tinha 38 graus e pouco mais. Não chegava aos 38,5 graus, mas parecia que ía estrelar um ovo. Aqui o calor é muito e então a febre parece maior.
Lembrei-me logo da minha amiga Rita que me disse "vais ter vontade de voltar para Portugal assim que tiveres o primeiro filho doente". Tentei acalmar-me. Não sei se consegui!
Amanheceu e a febre, mesmo com o xarope, não passou por completo. Começou a diarreia... e eu já super nervosa...
 
Filhos doentes deixam-me doente! E eu já tenho uma vasta experiência de hospitais... infelizmente!
Começou com o Martim que esteve uma semana internado em Santa Maria com uma bronquiolite. Saímos do hospital, esteve uma semana em casa e decidimos ir para o algarve pois o tempo lá estaria melhor. No dia seguinte, ficou mais cinco dias internado no Hospital do Barlavento Algarvio. De seguida, a Carolina com 3 semanas de vida, ficou cerca de 15 dias internada com uma pneumonia em S. Francisco. Este internamento foi o mais complicado pois ela esteve nos cuidados intensivos ligada ao ventilador. Nem me quero lembrar... A Francisca nasceu em Agosto e resolveu passar a noite de Natal no Hospital da Luz e o dia de Natal e o seguinte em S. Francisco. A Margarida, também não quis ser diferente, e passou 10 dias em S. Francisco com uma bronquiolite complicada.
Digam lá se não tenho um curriculo vasto em internamentos e hospitais?! Se somarem a isto os meus internamentos para ter bébé... quase que tenho o primeiro ano de enfermagem ou medicina!!!
A Carlota safou-se de um internamento pois em Angola acabaram as ranhocas e as bronquiolites (vamos ver se não aparecem outras coisas...)
 
 
Em África existe uma doença que para nós europeus só o nome assusta: Malária ou Paludismo. Eu só de pensar ficava desorientada.
Quando saí de Portugal vim apetrechada com um medicamento que previne a malária e que se toma uma vez por semana. Todos tomam, até a Carlota! Tenho doses para 6 meses.
O que me avisaram foi que os sintomas do paludismo são idênticos aos de uma gripe e que existe um teste (teste da gota espessa - pica-se o dedo e coloca-se o sangue numa lamela que vai para análise) que se faz que acusa se a pessoa estiver infetada. O teste deve ser feito o mais rápido possível e não se deve deixar esperar alguns dias, caso contrário pode ser tarde demais.
Assim, aqui não podemos fazer como em Portugal que quando as crianças têm febre devemos esperar 2 ou 3 dias antes de ir ao hospital. Aqui devemos ir logo.
 
Voltemos à Mimicas. Durante a manhã e até cerca das16 horas a febre não passou e as fraldas foram muitas...
Apesar do meu curriculo, como estou num país diferente, é como se fosse uma completa inexperiente. Isso assustava-me um bocadinho... O Rui, embora já estando por cá há 2 anos, graças a Deus, também nunca tinha precisado de ir a uma clinica.
Eu não estava descansada com a situação e cerca das 16:30h fui com a Margarida e com duas amigas (Rita e Susana) a uma clinica. O Rui ficou em casa com os outros, mas preocupado q.b. Poderia ser alguma virose tão habitual nestas idades. Tinhamos que tirar a dúvida!
 
Fui atendida por uma pediátra cubana que observou a Margarida e pediu umas análises. Assim, não fez o teste da gota espessa. Tirou sangue, e  caso não fosse paludismo poderíamos logo saber o que era.
Meia hora depois chegaram os resultados. Afinal era mesmo paludismo.
Não sei se me apeteceu voltar para Portugal...
 
Bom, a médica receitou várias coisas para a diarreia e um xarope para o paludismo. Comprei tudo na farmácia da clinica e quando cheguei a casa dei-lhe logo o xarope.
 
Tenho que vos dizer que no dia seguinte, depois de duas tomas do xarope, ela parecia outra! A febre passou completamente e, embora ainda tivesse muitas fraldas para trocar, a Mimicas estava como se não fosse nada... reguila como ela sabe ser!!!
 
Acho que o meu curriculo por aqui vai aumentar, mas eu também estou mais calma pois paludismo, em Angola, é o "pão nosso de cada dia".
 
Quanto à terrível Margarida está óptima e recomenda-se!!!
Querem ver?